APLICANDO O DESIGN CRITIQUE PELA PRIMEIRA VEZ

Hiatha Anderson
4 min readMar 28, 2021

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Comecei 2021 com objetivo de me aprofundar mais nas áreas do design. E dessa vez escolhi o tem “Liderança em Design” para estudar.

Fiz algumas buscas na internet para entender um pouco de como era a área, e por vezes achei que estava distante da minha realidade, pois não tenho um time de designers sólido e nem trabalho com tantos projetos que envolvam design diretamente. Mas, mesmo assim não desisti.

Nestas buscas sobre liderança em design, encontrei um curso rápido da Panamericana Escola de Arte e Design, sobre Design Leadership, ministrado pela Letícia Pires, do QuintoAndar.com. Um curso que me trouxe um visão mais centrada em como liderar times de designers utilizando ferramentas, como o design critique, conversas sinceras, feedbacks, dentre outras. Também me fez entender como é o dia a dia de quem atua na área.

Algum tempo depois, participei de um conversa da Mergo | Redação, com Josias Oliveira, que falou sobre Liderança em Design e como conduzir um Design Critique. A partir daí, resolvi tentar colocar em prática alguma coisa da liderança em design, já que eu queria ter uma vivência sobre o tema.

Bem, eu trabalho num laboratório de inovação, com um time pequeno. Diante desse cenário, resolvi deixar de lado o medo de não dar certo e partir para experimentar a ferramenta de design critique com meu time e ver no que poderia dar.

DESIGN CRITIQUE

Para quem não conhece, Design Critique é um encontro, um momento que consiste em criticar o projeto criado para obter melhorias, ajustes e alinhamento para o desenvolvimento final. O objetivo do Design Critique é expor o trabalho ao time para que eles critiquem o projeto, mostrem suas percepções, trazendo para o resultado final mais valor agregado, deixando um interface mais limpa e mais atraente pro usuário.

COMO APLICAMOS NO LABS

1. Tínhamos uma demanda de uma plataforma de agendamento de carros. Após fazer um protótipo de baixa fidelidade, no papel mesmo, resolvi aplicar o Design Critique nessa fase, para que pudesse trazer outras visões para o projeto.

2. Pedi aos meninos que estudassem, previamente, alguns conceitos para a sessão: Heurísticas de Nielsen, Leis de Fitts, Lei de Hick, Design de Interface, etc. Assim, caso eu precisasse falar algum termos, eles já saberiam do que se tratava.

3. Comecei a Design Critique contextualizando o time sobre o projeto, objetivos e expectativas para o momento. Expliquei também o que era aquele momento e como seria a dinâmica.

Apresentei as telas e suas funcionalidades, o fluxo da plataforma e toda a experiência do usuário ao utilizá-la. Depois desse momento, abri espaço para os feedbacks. Como usamos a interface no papel e ela estava colada na parede, os feedbacks foram colados em post-its em cada tela, o que facilitou o nosso entendimento e discussões necessárias.

4. Após o momento de escrever os feedbacks, fizemos um momento de compartilhamento, onde cada um explicou sua visão a respeito das telas. Esse momento foi um dos pontos cruciais, pois nele tivemos trocas significativas e nossa visão a respeito da plataforma se expandiu.

RESULTADOS OBTIDOS

· Nossa visão expandiu: Quando paramos para ouvir a opinião de outras pessoas do time, temos uma outra perspectiva sobre o produto, pois muitas vezes nosso olhar já está viciado, uma vez que estamos a frente da construção dessa jornada. Entendemos também a importância de cada um enquanto profissional, mesmo que ele não seja da área de design.

· Alinhamento do time: Todos do time (mesmo que atuando em áreas diferentes) ficam alinhados no que está sendo trabalhado dentro do Labs. É um momento também de unidade, de sanar dúvidas e trazer todos para a mesma página.

· Poder de argumentação: Com o feedback de todos, o time começa a trabalhar o poder de argumentação sobre os feedbacks dado por eles. A partir dessas argumentações começamos a entender se realmente o que foi sugerido traz valor pro usuário.

· Menos retrabalho: Conseguimos eliminar retrabalhos no layout, uma vez que já ganhamos com esse primeiro design critique, antes mesmo de fazer um protótipo de média fidelidade.

· Time + unido: É muito mais agradável trabalho com pessoas mais unidas. O Design Critique pode não só unir o time de design, mas unir áreas, uma vez que todos estão no mesmo nível, engajando-os e os tornando importantes para o processo.

MELHORIAS

Satisfação é o que nos define! Entendemos que o processo foi satisfatório, mesmo sendo aplicado pela primeira vez. Descobrimos, enquanto time, que poderíamos ter repassado o fluxo após as discussões de feedback — não repassamos, apenas tiramos fotos — pois pode ter algo que mudou, ou que falamos que não estará contemplando no protótipo de média fidelidade. Fica esse ponto de melhoria para as próximas.

Concluindo, foi uma experiência bastante válida e de grande importância para todo o time. É interessante e motivador ver o quanto meu time se dispôs e, principalmente, se entregou a esse projeto. Se vamos adotar na próxima fase do projeto? Sem sombra de dúvidas. 😊

Ah, o meu time tem três pessoas: um analista júnior e um estagiário. 👌

Momento da Design Critique

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Hiatha Anderson

Inovação, facilitador & design thinker. Apaixonado por Lego e criatividade.